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ZFM é debatida em evento da Escola Superior de Guerra

A importância estratégica do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) para a Amazônia foi um dos temas debatidos em evento promovido pelo Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (Caepe) da Escola Superior de Guerra (ESG). O superintendente adjunto de Planejamento e Desenvolvimento Regional da SUFRAMA, Marcelo Pereira, representou a autarquia no painel com o tema “Desenvolvimento Sustentável da Amazônia: desafios e perspectivas”, ocorrido nesta terça-feira (04), no auditório Arisvaldo Silveira Fontes, do Serviço Nacional da Indústria (Senai), no Distrito Industrial.

A palestra do superintendente adjunto ocorreu por ocasião da visita a Manaus da comitiva de cerca de 200 estagiários da turma do Caepe/ESG 2017. Dentre os integrantes do curso, estavam presentes representantes civis e militares das Escola do Comando Maior do Exército, Escola do Comando Maior da Aeronáutica, Escola de Guerra Naval, e oriundos de países como Paquistão e Argentina.

Marcelo Pereira destacou o contexto histórico da criação da ZFM: um momento em que fronteiras ainda estavam sendo discutidas internacionalmente, um local de vazio demográfico e que não havia se recuperado do declínio da borracha, mas que estava situado na cobiçada e importante floresta amazônica. “Depois de décadas em que os governos estaduais ainda investiam no extrativismo da borracha, tentando recuperar algo que já havia passado, o governo militar concebe a ZFM como um projeto geopolítico de incentivo à ocupação do território, dando um sentido econômico para a região: ‘Integrar para não Entregar’. Todos os resultados positivos que obtivemos com o modelo, devemos a essa visão gestada como estratégia de defesa e integração”, observou.

Durante a palestra, o superintendente adjunto delineou os avanços obtidos na Amazônia, nas áreas social, ambiental e econômica, com a implantação da ZFM, visíveis em medições como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que além da renda verifica também a longevidade e a educação. “Em 1990, praticamente todas as cidades, inclusive as capitais, estavam no patamar de IDH muito baixo. Já em 2010, há várias cidades com índice alto e a localização delas coincidem com os Estados da área de abrangência da ZFM. No caso do Amazonas, a ZFM ainda permitiu a preservação de 97% da floresta nativa”, detalhou.

Sobre os desafios, Marcelo Pereira ressaltou a importância da diversificação da matriz econômica e o investimento em formação de capital intelectual. “A história da economia mostra que cada vez que ocorre uma crise, com perda significativa de mão de obra, nos números da recuperação não se consegue perceber a retomada do nível anterior de empregos. Nosso desafio, portanto, é capacitar nossa população para estar adequadamente preparada para se colocar em novas funções. Se queremos produzir drones, por exemplo, temos que criar cursos – talvez em parceria com as Forças Armadas – de engenharia aeronáutica. Também temos que pensar no desenvolvimento de novos polos, como a biotecnologia”, explicou.

Palestraram no evento, ainda, o secretário executivo adjunto de Políticas Internacionais da Secretaria de Estado de Planejamento Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplancti), Farid Mendonça; a coordenadora de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Renêe Veiga; e o chefe de gabinete da Fieam, Sergio Melo.

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