Comentando a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5650, ajuizada pelo Procurador Geral da República (PGR), Rodrigo Janot, em relação às cotas da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), o deputado estadual Sidney Leite (PROS) ocupou a tribuna, nesta terça-feira (14), para defender o sistema de cotas e os seus benefícios tanto aos professores e alunos das escolas públicas do Amazonas, quanto às populações ribeirinhas do interior e aos povos indígenas.
“Na condição de presidente da Comissão de Educação (CEDUC), da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), quero avançar e contribuir tanto com a Procuradoria Geral do Estado (PGE) quanto com a UEA, na defesa desse modelo”, disse Sidney Leite, considerando que o sistema de cotas presume o princípio da equidade, para que estudantes de municípios com menos recursos educacionais, possam concorrer em nível de competitividade com um aluno de Manaus ou de outros estados.
O deputado avocou ainda o papel da União na promoção do ensino superior num Estado continental como o Amazonas, onde deixa muito a desejar em relação ao funcionamento da estrutura da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). “Não pelo seu corpo docente ou seu corpo técnico, mas por falta de recursos e de meios para a expansão do ensino. Numa região como a nossa, num estado que é um continente, ter somente uma universidade federal é muito pouco”, sustentou.
Sidney Leite questionou ainda o fato de a UEA, criada em 2001, ser uma universidade financiada pelo dinheiro dos trabalhadores amazonenses, num pacto com o Polo Industrial de Manaus (PIM), que garante hoje a presença de mais de 21 mil alunos em suas unidades na capital e interior, em todas as áreas acadêmicas, sendo mais de 400 alunos indígenas. “Se o procurador entende que tem que ter equidade em função de ser uma escola pública, da mesma forma nós teríamos que ter garantia de cota em universidades em outros estados”, argumentou.