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Segurança pessoal de Yoon Suk Yeol enfrenta polícia e

Policiais e agentes anticorrupção da Coreia do Sul tentaram cumprir nesta sexta-feira (3) o mandado de prisão contra o presidente afastado Yoon Suk Yeol, que está sob investigação após decretar lei marcial. No entanto, segundo a agência sul-coreana Notícias Yonhapforam confrontados por membros do “serviço de segurança” do ex-mandatário em sua residência oficial, além de alguns apoiadores.

O dirigente conservador, que mergulhou o país em uma grave crise política ao declarar, pela primeira vez durante a democracia no país, uma lei marcial em 3 de dezembro, pode se tornar o primeiro presidente sul-coreano a ser preso ainda no cargo. Até que o Tribunal Constitucional confirme seu impeachment, ele segue sendo oficialmente chefe de Estado, apesar de afastado do cargo.

A Assembleia Nacional, casa dos deputados do país, afastou Yoon, que agora é investigado pelos crimes de insurreição e abuso de poder, puníveis com prisão perpétua ou pena de morte.


Investigadores do Escritório de Combate à Corrupção, responsável pelo caso, compareceram nesta sexta-feira à residência de Yoon na capital Seul, onde ele está recluso desde que a Justiça emitiu ainda um mandado de prisão, após se recusar a prestar depoimentos para a investigação em três ocasiões.


A equipe, que chegou em cinco veículos cujo trajeto foi transmitido ao vivo pela televisão, ficou inicialmente bloqueada por cerca de dez veículos na via de acesso.


A operação contou com cerca de 150 policiais e membros do Escritório de Combate à Corrupção para ingressar no local, além de 2,7 mil membros de 45 esquadrões de choque. No entanto, se depararam com “mais de 200 pessoas com os braços entrelaçados para impedir a passagem”.


Essas pessoas eram apoiadores de Yoon e membros da própria equipe do mandatário, que impediram a entrada dos oficiais. Após confronto com os guarda-costas presidenciais e cerca de seis horas de tentativa sem sucesso, a equipe decidiu se retirar, temendo pela segurança.


Os investigadores têm até segunda-feira (6) para executar o mandado de prisão, que expira após sete dias. A defesa do ex-presidente insiste em alegar que o mandado de prisão é “ilegal e inválido” e que, portanto, sua execução “é ilegítima”. “Foram tomadas ações legais a respeito da execução ilegal do mandado”, afirmou. Mas o chefe do escritório anticorrupção, Oh Dong-woon, alertou que se alguém tentar impedir a detenção pode ser responsabilizado judicialmente.


Obstrução


Desde o início das investigações, o serviço de segurança de Yoon não colaborou com os oficiais responsáveis. Nas últimas semanas, seus membros haviam bloqueado várias vezes as ordens de busca nas dependências presidenciais.


Desde que se trancou na residência, Yoon, 64, prometeu enfrentar as autoridades que querem prendê-lo e interrogá-lo por declarar lei marcial e enviar o Exército à Assembleia Nacional no mesmo dia.


Centenas de partidários de Yoon estão concentrados nos arredores da residência, alguns passaram a noite toda ali. A área está isolada por um importante dispositivo policial.


Diante de uma forte presença judicial e midiática, os partidários do presidente gritavam seu nome e entoavam cânticos como: “O mandado de prisão ilegal não é válido”.


Insurreição


A crise política começou na noite de 3 de dezembro, quando Yoon declarou lei marcial sem qualquer aviso. Horas mais tarde, a Assembleia Nacional votou pela queda do decreto presidencial, e Yoon derrubou a medida, pressionado, também, por milhares de manifestantes que foram às ruas contra o presidente.


Tanto o presidente quanto alguns de seus colaboradores são alvo agora de uma investigação por “insurreição”. Nesta sexta-feira, o Ministério Público o indiciou pelos mesmos crimes dois oficiais militares de alta patente, que já estão presos.


Yoon não atendeu a três intimações para ser interrogado, que finalmente optaram por pedir à Justiça um mandado de prisão contra ele.


O presidente afastado pode permanecer detido por até 48 horas. Para mantê-lo mais tempo preso, os investigadores devem solicitar outro mandado à Justiça.


*Com The Guardian, AFP e Yonhap News


Edição: Lucas Estanislau

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