Primeiro filme rodado na Amazônia e desaparecido desde os anos 1920 é encontrado na República Tcheca
“Amazonas, Maior Rio do Mundo”, de Silvino Santos, feito em 1918, será exibido no Festival de Cinema Mudo de Pordenone, na Itália
O filme “Amazonas, Maior Rio do Mundo”, feito em 1918 por Silvino Santos, roubado do diretor nos anos 1920 e, desde então dado como perdido, foi redescoberto agora e terá, finalmente, sua estreia mundial no Festival de Cinema Mudo de Pordenone, na Itália, onde será exibido pela primeira vez nesta terça-feira (10).
Segundo o jornal The Guardian, o longa foi redescoberto no começo deste ano, num arquivo da República Tcheca, e identificado por especialistas da Itália e do Brasil.
Considerado o primeiro longa-metragem filmado na Amazônia, o filme contém imagens raras da floresta e dos povos que a habitavam naquele início do século 20, incluindo algumas das primeiras imagens em movimento conhecidas dos povos indígenas Uitoto. Há também cenas que mostram a extração de borracha e madeira.
“Não tínhamos a menor esperança de que este trabalho seria achado algum dia”, declarou ao jornal britânico o pesquisador Sávio Stoco, que é especialista em Silvino Santos. Para ele, a reaparição é “basicamente um milagre”.
O diretor – Silvino Santos era português, mas passou a maior parte de sua vida na Amazônia. No início do século passado, era considerado um dos grandes cineastas de não-ficção do Brasil. Seu filme mais conhecido é o documentário “No País das Amazonas” (1922), uma tentativa de refazer o longa de quatro anos que tinha sido roubado e que ressurge agora.
A história do desaparecimento de “Amazonas, Maior Rio do Mundo” foi contada por Santos numa autobiografia nunca publicada, escrita pouco antes de ele morrer, em 1969. Segundo ele, o filme foi roubado por um parceiro, Propércio de Mello Saraiva, que negociava a venda internacional da obra e chegou até a rebatizar o filme.
Uma exibição de “Amazonas, Maior Rio do Mundo” no Brasil já está sendo planejada, ainda de acordo com o The Guardian.
Matéria jornal The Gardian
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