Porto Velho (30/10/2024) – O Programa Quelônios da Amazônia (PQA) teve uma etapa do monitoramento das tartarugas-da-amazônia (Podocnemis expansa) concluída em Rondônia no último dia 17 de outubro. A atividade é desenvolvida há 45 anos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) com intuito de conservar a biodiversidade ao proteger e manejar os principais sítios de reprodução dos quelônios, incluindo atividades de Educação Ambiental e capacitações para comunidades ribeirinhas e entes estaduais e municipais.
Em 2024, foram submetidas à coleta de biometria (pesagem e medição) 310 tartarugas fêmeas no estado. A ação, realizada durante a postura de ovos, é essencial para responder questões sobre a biologia reprodutiva da espécie. Diferentemente do ano passado, a maior incidência foi na Praia Alta, no rio Guaporé. Após a desova, acontecerá a eclosão, em dezembro.
Crise climática
O PQA também foi impactado pela fumaça decorrente dos incêndios florestais no sul do estado do Amazonas, e também pela intensa seca registrada no mês de julho. As atividades do Programa começaram em agosto, no município de São Francisco do Guaporé (RO), próximo à fronteira do Brasil com a Bolívia.
O monitoramento das tartarugas-da-amazônia envolve o tráfego no rio e o acompanhamento dos locais de desova das fêmeas, atividades prejudicadas pela fumaça que alcançou o rio Guaporé, em Rondônia. Também foi afetada a Operação Gaspar I, do Ibama, que tem como objetivo conter crimes de captura para consumo e comercialização dessa espécie vulnerável.
A seca registrada em julho, causada pela escassez das chuvas associada ao fenômeno El Niño e à alta temperatura, provocou a antecipação da desova das tartarugas, uma vez que são condições climáticas que propiciam a postura de ovos nas praias do rio. Mais recentemente, desde o último dia 23 de agosto, houve ainda queda da temperatura no estado, com mínima de 11.5°C, o que também afeta o ciclo reprodutivo das tartarugas.
Os quelônios são répteis pecilotérmicos, isto é, não conseguem manter sua temperatura corporal constante e precisam do calor externo para sua manutenção. “As fêmeas se posicionam na praia para ficarem sob o sol, em um processo de termorregulação, sendo potencializada a ovulação com o aumento no metabolismo causado pelo calor”, explica Cintia de Lima Verde Portela, técnica administrativa do Instituto que atua no PQA/RO.
Na segunda semana de outubro, com as chuvas, a fumaça diminuiu, o que permitiu a continuidade do monitoramento, que será concluído na etapa de eclosão dos ovos.
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