Em uma série de vídeos publicados no Instagram, a médica Isadora Milhomem, de Palmas (TO), compartilhou as queimaduras de segundo e terceiro grau que sofreu após realizar um peeling de ATA com óleo de cróton para controlar cicatrizes de acne.
Cerca de 40 dias após a realização do procedimento, no dia 14 de novembro de 2024, o rosto da obstetra ficou com cicatrizes e, após passar por diversos médicos, ela vai precisar utilizar uma máscara especial 24 horas por dia, por seis meses.
Segundo o relato, cerca de 15 dias após o peeling, a máscara já tinha praticamente caído por completo. No dia 23 de dezembro, porém, ela acordou com a pele do rosto grossa e avermelhada. “Me disseram que era normal, fazia parte do processo, e que meu rosto ainda poderia descamar três vezes, e seria normal”, conta. Com o passar dos dias, sentiu mais coceira, dor, ardência e ficou com mais cicatrizes, a ponto de não conseguir abrir a boca.
“A todo tempo, eu mandava mensagens desesperada para tentar entender. Me passaram muitas medicações e com essas medicações eu fui parar no pronto-socorro com confusão mental no dia 23 de janeiro. A cada dia que passava, minha pele piorava”, disse a médica.
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A médica compartilhou fotos e mensagens trocadas com a profissional que realizou o peeling, uma cirurgiã-dentista que atua em Goiânia. “Melhorou muito”, respondeu ela a uma foto em que o rosto de Isadora estava vermelho, com bolhas e uma cicatriz.
Para lidar com a situação, Isadora Milhomem procurou diferentes médicos. Na consulta com o 5º profissional, ela recebeu a notícia de que teria que utilizar uma máscara especial 24 horas por dia.
Essa máscara, segundo O Globo, é conhecida como pele artificial para queimados e funciona como um curativo biológico sobre a pele, protegendo a região das queimaduras. Ela ajuda na cicatrização ao manter a umidade da pele e diminuir a dor.
A médica relata que teve acne desde a adolescência e queria tratar as cicatrizes que ficaram no rosto. Ela conta que já tinha realizado outros procedimentos estéticos para lidar com as marcas, como laser e microagulhamento, “todos eles com resultados excelentes, ainda não tinha alcançado a pele que queria”.
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Com isso, ela resolveu fazer o peeling pela propaganda de um resultado rápido. “Eu tenho consciência, até porque eu sou médica, de que esses tratamentos para cicatrizes de acne geralmente são a longo prazo, mas infelizmente eu fui seduzida por uma proposta de um resultado imediato, que viria de 10 a 15 dias após um peeling e a queda da máscara”, conta. Ela pagou R$ 8 mil no procedimento.
Nos vídeos, ela alerta os espectadores para pesquisarem bastante antes de realizarem procedimentos desse tipo. “Eu cheguei a pesquisar muito antes de fazer também, conversei com muitas pessoas, mas infelizmente a gente tem visto que essas reações têm acontecido muitos dias depois, 40, 50 dias, e as pessoas com quem conversei tinham cerca de um mês que tinham feito o procedimento”, conta.
Após a viralização do primeiro vídeo, publicado no dia 9 de fevereiro, ela conta que outras pessoas que realizaram o peeling com a mesma profissional a procuraram para dizer que estão enfrentando “casos semelhantes ou até piores”.
O que é peeling ATA?
O peeling de ATA é feito com o ácido tricloroacético (TCA) e é indicado para tratamento de rugas finas do rosto. De acordo com a concentração em que o ácido é utilizado na aplicação, o procedimento pode ser considerado um peeling médio.
Ele consegue alcançar a derme, ultrapassando a epiderme, e é utilizado para redução de manchas, acne, poros dilatados e de rugas finas, com indicação para pessoas com marcas de envelhecimento.
Já o óleo de Cróton, do arbusto Croton tiglium, é aplicado para aprofundar o alcance do peeling na pele. Segundo informações do jornal O Globo, especialistas apontam que o peeling de ATA é seguro quando realizado isoladamente. Porém, a combinação com o óleo aumenta os riscos de queimaduras de segundo e terceiro grau, cicatrizes e manchas.