Leonardo processa frigorífico ‘pró-Bolsonaro’ por uso indevido de imagem do cantor – País

O cantor Leonardo, de 61 anos, acionou a Justiça contra o Frigorífico Goiás, localizado em Goiânia (GO), por uso não autorizado de sua imagem na divulgação de produtos da empresa. A ação, movida pelo artista e pela Talismã, empresa da qual ele é sócio e que detém os direitos de uso da própria imagem, pede uma indenização de R$ 600 mil por danos causados.
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A polêmica teve início em 2020, quando Leonardo recebeu em casa um kit de carnes enviado pelo frigorífico. Na época, o cantor agradeceu o presente com uma postagem nas redes sociais. A imagem foi então republicada pelo perfil da empresa, e, segundo consta na ação protocolada no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), continua sendo utilizada até hoje, sem autorização, para promover kits de churrasco nas redes sociais e até no site oficial do frigorífico.
Legenda:
Foto:
Frigorífico Goiás usando a imagem de Leonardo para vender kits de churrasco no site da empresa
Reprodução/Redes sociais
Apesar das tentativas de contato por parte dos advogados do artista, a empresa não respondeu aos pedidos para retirar o conteúdo. Uma ata notarial registrada em cartório em fevereiro deste ano comprova que a imagem de Leonardo ainda está em circulação nos canais de divulgação do frigorífico. A defesa também relata que o perfil da empresa chegou a ser denunciado e que houve envio de mensagens e ligações solicitando a remoção imediata do material publicitário com o cantor.
Na petição, os advogados requerem tutela de urgência, ou seja, que a Justiça determine a exclusão da imagem antes mesmo da análise do mérito. Até o momento, a empresa não foi notificada oficialmente sobre o processo.
Histórico de polêmicas envolvendo a empresa
O Frigorífico Goiás ficou nacionalmente conhecido em 2022 ao lançar a “Picanha do Mito”, vendida a R$ 22 no dia das eleições presidenciais, em alusão ao número do então candidato Jair Bolsonaro (PL). A ação provocou aglomeração em frente ao estabelecimento e terminou de forma trágica com a morte de uma mulher, que passou mal durante o tumulto.
Na ocasião, a Justiça determinou a suspensão da promoção sob pena de multa de R$ 10 mil por hora, classificando a iniciativa como “conduta possivelmente abusiva do poder econômico em detrimento da legitimidade e isonomia do processo eleitoral”. Dias depois, o Procon encontrou produtos vencidos e carnes sem data de validade no local, que foi autuado.
Apesar das controvérsias, a empresa segue apostando em campanhas com viés político. Atualmente, continuam em circulação produtos com a imagem de Bolsonaro, além de outras embalagens que fazem referência a Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e Javier Milei, presidente da Argentina.