O deputado federal Sidney Leite (PSD) declarou que o Estado do Amazonas enfrenta, a cada nova matança nos presídios, o reflexo da falta de uma política de segurança pública estadual dentro e fora das unidades prisionais e que há necessidade urgente de um nova política carcerária.
Neste domingo, dia 26, e segunda-feira, dia 27, o Amazonas registrou 55 assassinatos em quatro das cinco unidades prisionais masculinas em Manaus. Nestas unidades, os presos estão sob a custódia do Governo do Amazonas.
“Circula um texto sobre a briga de uma determinada facção criminosa como causa das mortes. Isso fica claro pelos assassinatos que ocorreram na cidade nos últimos dias. É chegada a hora do Estado ter uma política de segurança efetiva e rever essa política carcerária”, declarou Sidney Leite.
SEM CONTROLE
O parlamentar disse que as informações sobre o setor, prestadas pelo secretário da Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária), coronel Marcus Vinicius de Almeida, e pelo governador do Estado do Amazonas, Wilson Lima (PSC), causaram espanto nele.
“O que mais me espanta é, de um lado, o secretário ir a público dizer que está tudo sob controle, após a morte de 15 presos, e aparecerem mais 40 detentos assassinados. Do outro lado, o governador dizer que não podia evitar isso. Ou seja, quem está comandando são as facções criminosas”, declarou o deputado.
ADMINISTRAÇÃO DOS PRESÍDIOS
Sidney Leite criticou a manutenção da empresa Umanizzare na administração dos presídios após o massacre de presos no Compaj, no dia 1º de janeiro de 2017.
“Essa empresa recebeu, no ano passado, mais de R$ 180 milhões. Deve ter ficado restos a pagar. O Estado paga mais por um preso do que por uma criança na escola. Não se tem noticia se a Umanizzare foi punida. Ano passado teve fuga de 35 presos perigosos (…) E o que é mais absurdo: Umanizzare está com um contrato sem licitação. Já ouvi dizer que estão trocando o CNPJ, mas serão as mesmas pessoas”, disse.
REFORÇO NO EFETIVO
Outra crítica de Sidney Leite é sobre o pedido de reforço de 100 homens da Força Nacional para garantir a segurança nos presídios do Amazonas.
“O que são cem homens do Ministério da Justiça? O que isso vai resolver diante do contingente que nós temos? Isso é reflexo da subjugação do Estado. O Estado diz claramente que não tem condições de enfrenta o crime”, afirmou.
MORTES NO PRESÍDIO
Das 55 mortes, quinze ocorreram no domingo durante visita no Compaj com “estoques” (armas feitas dentro do presídio) e as outras 40 na segunda. Parentes relatam à mídia terem presenciado os homicídios no domingo.
De acordo com o Governo do Amazonas, a maioria dos presos mortos na segundo foi por asfixia e outra parte por estoques feitos com escovas de dentes.
OUTRO LADO
A Secom (Secretaria de Comunicação do Estado) informou que o governador do Estado, Wilson Lima, dará uma entrevista coletiva às 15h desta terça-feira, dia 28, quando e pronunciará sobre todas as providências que o governo tomou diante da crise no sistema prisional.
Publicado originalmente pelo Blog Rosiene Carvalho
Foto: Sidney Leite/Divulgação