Em 1983 Amazonino Mendes assumiu a Prefeitura de Manaus para seu primeiro mandato indicado que foi pelo então governador Gilberto Mestrinho. No mês de setembro daquele ano [Amazonino] decretou aumento de 100% na tarifa do transporte coletivo.
Estudantes e opositores foram às ruas, mas o movimento foi violentamente reprimido pela Polícia Militar.
Os jornais de Manaus da época revelavam a posição do então presidente do sindicato do rodoviários que afirmava que a meia-passagem estudantil era um dos fatores que influenciavam na elevação do valor da passagem: “Eu, pelo menos, não tenho interesse nenhum em aumento de tarifa, pois não sou dono de ônibus. Acredito que o interesse maior dentro dessa situação deve ser dos estudantes que me acusam, porque são os mais beneficiados, que pouco produzem e pagam apenas metade das passagens, direito este que deveria ser dado ao próprio trabalhador” (Jornal A Crítica de 20/9/1983).
No dia 20 de setembro de 1983, a Coluna “Ponto de Vista” do jornal A Notícia dá uma pequena nota que praticamente anteciparia os acontecimentos que viriam a se concretizar: “Se confirmada versão corrente na tarde de ontem, estudantes estariam prontos a protestar contra o aumento na tarifa do ônibus. Ameaçando quebra-quebra”.
O prefeito Amazonino Mendes, atônito com várias manifestações contra o aumento, não retroage em sua decisão ficando a população a mercê da tarifa abusiva e frota velha. Desencandeia-se aí várias manifestações de protestos em diversos pontos da cidade. Da Matriz à então jovem zona leste de Manaus que contava apenas com o bairro do São José Operário.
O ponto alto e a fadiga da população com o aumento das passagens aliado aos constantes atrasos e frota antiga dos veículos deu-se exatamente no bairro de São José, onde após a quebra do câmbio de um ônibus da extinta empresa Ajuricaba torna-se o motivo para a ira da população que acaba por depredar sete deles.
Imagens gravadas pela TV Amazonas à época revelam uma população no limite de sua paciência. Era 1983.