Temporal no RJ causa danos em cidades litorâneas; risco de deslizamentos é ‘muito alto’ – País

Fortes chuvas têm causado uma série de danos na capital do Rio de Janeiro, na Baixada Fluminense e na região serrana do Estado, na manhã deste sábado (5).
Segundo o g1, a subida da serra de Petrópolis, por exemplo, no sentido Juiz de Fora, teve de ser fechada preventivamente por razões de segurança, devido ao temporal que atingiu o trecho nesta manhã. O rio Quitandinha, inclusive, que percorre Petrópolis, transbordou e causou diversos alagamentos e deslizamentos pela cidade.
A situação também fez com que a Defesa Civil do Rio de Janeiro acionasse dez sirenes em ao menos três comunidades da zona norte do RJ. O alerta é para que os moradores dessas áreas saiam de casa e busquem abrigo.
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Risco de deslizamentos sobe para ‘muito alto’ no litoral do RJ
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) subiu para “muito alto” o risco geológico no litoral do Estado do Rio de Janeiro, em atualização na madrugada deste sábado. Isso significa a possibilidade de ocorrência de deslizamentos mais generalizados e quedas de barreiras ao longo de estradas e rodovias.
Segundo o Cemaden, ainda há previsão de continuidade da chuva, o que contribui para elevar a umidade do solo e, consequentemente, aumenta os riscos de deslizamento e quedas.
Chuvas fortes
A Defesa Civil do Rio de Janeiro informou que a cidade de Angra dos Reis recebeu um acumulado de 282,6 mm de chuva só nas últimas 24 horas. Mangaratiba, por sua vez, acumulou 167,2 mm de chuva no mesmo período. Já a capital registrou nível de 165,4 mm.
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Outras cidades com acumulado de chuva alto ficam na região Sul e na Baixada Fluminense: Seropédica (159,7mm/24h) e Belford Roxo (155,6mm/24h). No Rio Alcântara, em São Gonçalo, o governo estadual registrou alerta de transbordo por volta das 6h deste sábado.
O Cemaden também alertou para risco geológico alto nas cidades de Petrópolis, Volta Redonda e Barra Mansa.
Instituto alerta para necessidade de ampliar sistema de alerta de deslizamentos
Pesquisadores do Rio 60ºC, uma parceria da empresa Ambiental Media com o Instituto de Computação da Universidade Federal Fluminense (UFF), que busca entender e alertar sobre os riscos decorrentes de chuvas fortes, acreditam que o sistema adotado em 2011 pelo Rio de Janeiro para alertar a população sobre riscos de deslizamentos de encostas em situações de temporais necessita ser ampliado.
Segundo a prefeitura da capital fluminense, há 164 sirenes em 103 comunidades das zonas Sul e Norte, a mesma cobertura do ano em que foi criado o sistema.
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A escolha das comunidades foi feita com base em estudo de riscos geológicos em 200 comunidades, que identificou 117 áreas com 20 mil casas em situação de alto risco. Contudo, as comunidades da zona Oeste não foram contempladas.
Conforme relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM), de 2022, há pelo menos 400 comunidades cariocas sem sirenes e estudos de risco geológico-geotécnico. “O programa de sirenes do Rio foi lançado em 2011, mas nunca mais instalaram sirenes. Toda a zona Oeste ainda precisa de estudos geológicos e sirenes”, reforça o jornalista Miguel Vilela, coordenador do projeto Rio 60ºC.