Palestra de fim de ano do “Projeto Reeducar” encerra com homenagem à juíza Eulinete Tribuzy
Palestra de fim de ano do “Projeto Reeducar” encerra com homenagem à juíza Eulinete Tribuzy
A magistrada, titular da 11.ª Vara Criminal, está se aposentando da magistratura e da coordenação do projeto, da qual foi idealizadora, em parceria com o defensor público Miguel Tinoco.
Na manhã desta sexta-feira (13) o “Projeto Reeducar”, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), realizou a palestra de celebração de Natal no Fórum de Justiça Ministro Henoch Reis, bairro São Francisco, zona Sul de Manaus.
O evento contou com a participação da juíza Eulinete Tribuzy, que está se aposentando da carreira da magistratura e da coordenação do projeto, idealizado em parceria com o defensor público Miguel Tinoco, e a presença da juíza Rosália Guimarães Sarmento, que estará à frente do projeto.
A celebração contou também com a participação de liberados provisórios, – público-alvo do Reeducar; das equipes do Reeducar e da 11.ª Vara Criminal, onde Eulinete Tribuzy atuou como juíza titular; representantes de instituições parceiras e advogados que colaboram com o projeto.
Logo na abertura, a juíza, que se despede da coordenação, foi surpreendida pela homenagem de quatro jovens reeducandos, que cantaram músicas como “Trem Bala” e “Em Busca da Minha Sorte”. Os reeducandos, por direcionamento do projeto, atualmente estão trabalhando contratados como terceirizados e atuam no próprio TJAM. Após entoarem as canções, os jovens ofereceram buquês de flores à magistrada.
“Eu entendi o que são escolhas boas e ruins e nunca vou esquecer da senhora nessa vida. Nunca vou deixar de agradecer a decisão da senhora de fazer acontecer o projeto nesses quinze anos junto com toda a equipe e apoiadores”, disse um dos jovens, Matheus Silva.
Desde a sua criação, o Projeto Reeducar já atendeu 16.330 liberados provisórios, com uma taxa de reincidência de apenas 2,65%, o que equivale a 434 pessoas, conforme as estatísticas da sua coordenação. O projeto oferece aos reeducandos cursos de capacitação em uma estrutura moderna no Fórum Henoch Reis, equipada com salas de atendimento e um miniauditório que é utilizado para aulas.
O defensor público Miguel Henrique Tinoco falou um pouco sobre o início do Projeto Reeducar e a dedicação da magistrada Eulinete e que contribuiu para a proporção tomada pelo alcance do Reeducar na atualidade com mais de 16 mil pessoas e famílias beneficiadas.
“ Ela iniciou uma mobilização para que o projeto fosse concretizado, a partir da preocupação de apoiar as pessoas que cometeram seu primeiro crime para que fossem reintegrados ao mercado de trabalho e à sociedade reduzindo ao máximo as possibilidades de reincidência. O resultado é que participam várias outras instituições como Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac/AM); as secretarias estadual e municipal de Assistência Social; Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/AM); Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae/AM); Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam); Sistema Nacional de Empregos do Amazonas (Sine/AM), entre outros”, ressaltou o defensor público.
A juíza Rosália Guimarães encerrou o evento falando sobre a determinação e o desejo de fazer o bem, próprios da juíza Eulinete Tribuzy. “Esse é um projeto que acredita nas pessoas e é pautado, essencialmente, no amor dedicado a ele durante esses 15 anos pela juíza Eulinete. Por causa desse amor que o Reeducar todos esses anos conseguiu mudar tantas vidas ao ponto de a pessoa perceber e optar pela mudança de vida. Não se muda nada na violência e nem na agressividade. A gente só consegue fazer com que outro ser humano mude quando a gente tem bastante amor a oferecer a ele ao ponto dele perceber e desejar a própria mudança. Ninguém muda ninguém, mas o amor muda qualquer um. Tudo isso são lições que a dra. Eulinete me transmitiu sem dizer uma palavra, apenas agindo pela sua postura, comportamento e a postura de lutar por cada reeducando”.
Sandra Bezerra
Fotos: Raphael Alves
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
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