Receba! Não há uma pessoa no mundo do futebol que não saiba o dono de tal bordão. Até porque, o Luva de Pedreiro já ultrapassou os limites do Brasil e virou um fenômeno mundial. Mesmo sem ser jogador, o jovem Iran de Santana Alves chegou onde todos querem chegar: ao evento da Bola de Ouro, que recebe a nata do mundo da bola em um evento de gala.
Nesta quinta-feira (7/11), a Max lança a série documental Luva de Pedreiro – O Rei da Jogada, que conta a história do influenciador. Dono de um percurso digno de filme, o baiano de Quijingue passou por diversos percalços, como o problema com seu ex-empresário Allan Jesus, mas, como um bom finalizador, soube chutar os problemas para longe e se tornar titular de sua própria história.
Mesmo com tamanha popularidade — e seguidores — ele contou ao Metrópoles que sente falta de ser convidado para eventos no Brasil.
“Eu gosto muito de fazer coisa aqui… os caras lá fora me chamam e os caras aqui que não chamam para fazer as paradas e eu tenho vontade de fazer mais coisas aqui no Brasil, mas os caras parecem que não gostam”, explicou.
Luva de Pedreiro
Mesmo com tantos sonhos conquistados, ele ainda tem dois em mente. O primeiro é abrir uma escolinha de futebol para os meninos da cidade em que nasceu e foi criado e o segundo, quando o assunto é conhecer celebridades, é estar frente a frente com Barack Obama, o único presidente negro da história dos Estados Unidos da América.
“Ele é diferenciado, é o cara, resenha. Esses caras difíceis é quem eu gosto, tá ligado, é aleatório, é resenha, se Deus quiser. É meio difícil, mas a gente vai esbagaçar ainda”, completou.
Comemoração de aniversário
Além de marcar o lançamento da série, esta quinta-feira (7/11) também representa o aniversário de 23 anos do Luva. E essa será a primeira vez que ele vai comemorar, já que ele tinha trauma e sempre “ia para outro lado” quando comentavam sobre a comemoração.
“No dia eu agradeço a Deus e pronto. A gente vai fazer uma resenhinha, por isso que eu já vim para cá (para a Bahia), vou assistir (a série) com os meus parceiros”, explicou.
O início
Até chegar ao ponto de querer conhecer Obama, Luva primeiro precisou conhecer o mundo. Aos 19 anos, ele trocou galinhas por um celular e começou a mexer com a internet e passou a gravar vídeos com amigos para ver os lances depois. A brincadeira não demorou muito para virar seu ganha pão quando uma publicação em específico viralizou.
Ele chutava a bola por cima da casa e a pegava do outro lado. Foi isso que fez com que ele viralizasse. “Os gringos, o pessoal da Índia (estavam) fazendo react e eu fui olhar, rapaz, quando pensa que não tinha estourado o vídeo”, disse.
O modus operandi do Luva era gravar os vídeos, andar por cerca de uma hora, até um lugar em que ele conseguia conectar na internet, baixar o app da rede social e postar a filmagem. Isso porque seu celular não tinha espaço de armazenamento para manter tudo funcionando.
Antes de criar a alcunha Luva de Pedreiro, ele mantinha seu nome nas redes sociais. Entretanto, o seu bordão mais famoso e o nome surgiram por conta das críticas, que eram bem pesadas no início de sua carreira.
“(Quanto) Mais eu usava luva, mais falavam, eu não podia jogar luva de jeito nenhum. E quando eu vi que os caras estavam comentando, eu comecei a falar mesmo, fazia gol e falava ‘Luva de Pedreiro, receba’. No começo, eu falava para provocar mesmo”, confirmou.
Ele ainda diz que, se não fosse o nome, ele não teria estourado como foi. “Mudou muito (a minha vida), você vê que minha marca é o meu nome, Luva de Pedreiro. Se não fosse isso, eu ia dar uma rodadinha, mas ia ser muito diferente, porque o nome Luva de Pedreiro caiu na onda dos caras. As críticas ajudam, viu como é o movimento? O cara precisa pegar a visão”, brincou.
Treta com empresário
Logo que viralizou, Luva de Pedreiro recebeu o contato de um empresário, que disse que faria dele uma grande celebridade no mundo do futebol. Esse homem era Allan Jesus. Em um primeiro momento, Iran o agradeceu, porque foi ele o responsável por levá-lo ao Rio de Janeiro e a ter mais contato com o mundo e ter a sua imagem trabalhada pela primeira vez.
Entretanto, ele passou a ser enganado e rompeu com o empresário. Tudo começou quando Jesus não manteve a sua palavra e passou a deixar Luva recluso, sem permitir com que ele fizesse o que queria. O problema explodiu na mídia em 2022, um ano após o jovem baiano explodir nas redes. Por fim, apesar dos pesares, declarou que “se arrepende” de ter assinado o contrato.
Ele passou pelo agenciamento de Falcão, mas também não ficou por muito tempo, e hoje conta com dois amigos que o ajudam. Os convites são repassados para ele, que decide para onde vai e o que vai fazer. Para não cair no mesmo problema que passou nas mãos de Allan, Luva explicou que passou a observar mais e que não comete os mesmos erros.
Bola de Ouro
Realizado há duas semanas, o evento da Ballon D’Or consagra o melhor jogador do mundo. Vini Jr., do Real Madrid e da Seleção Brasileira, era o grande favorito, mas perdeu para Rodri e optou por não ir à festa de gala.
Luva de Pedreiro esteve lá e levou uma camisa do brasileiro. Ele contou que o “negócio foi esculhambado” e que nem o Rodri acreditou que ia levar o prêmio para casa. O influencer ainda contou o que faria se fosse o espanhol. “Eu não ia nem subir, porque ele sabe que o melhor do mundo era o Vini”, declarou.
Iran ainda contou que o clima no evento estava “tenso” e que os gringos ficavam olhando para ele com cara feia. “Eu encarava mesmo, falava: ‘Pode olhar, que eu não tiro a camisa daqui não’. Na hora que eu estava entrando lá, um cara queria tomar a camisa e eu não deixei: ‘Aqui não, pai, relaxe, aqui não’”, completou.