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Placas de energia solar quebram o ciclo de isolamento cultural e econômico em comunidades ribeirinhas ao Redor de Manaus

Henrique Moreira, de 12 anos, é descendente de uma família que vive da pesca. Até pouco tempo atrás, o destino dele parecia ser o mesmo dos tataravôs, bisavôs, avôs e dos próprios pais. A chegada das placas de energia solar na comunidade Monte Sinai, localizada a mais de duas horas de Manaus, mudou por completo as expectativas do menino.

Desde que o programa do Governo Federal Mais Luz para a Amazônia (MLA), implementado pela Amazonas Energia, instalou placas de energia solar nas casas da comunidade, o menino sonha com algo até então impensável numa família de pescadores. “Posso estudar a todo momento. Vejo jornal na televisão para me informar e, com a energia, a gente tem até internet. Estou me dedicando ao máximo. Quero ser advogado. Vou ser o primeiro doutor lá de casa”, disse o menino, ao lado da professora Dileane Santos e dos quatro colegas de sala. Os futuros policial, enfermeira, médico e outra advogada sonham com profissões bem diferentes de suas famílias.

O MLA revolucionou as expectativas das crianças e adolescentes, assim como duplicou a projeção de faturamento dos produtores rurais. Na comunidade São Francisco do Lago Aruarú, situada a cerca de três horas de Manaus, o kit de placas de energia solar, que custa cerca de R$ 38 mil, foi instalado, gratuitamente, no teto de aproximadamente 100 casas. Com a energia permanente, os agricultores fazem planos para aumento da produção e das vendas.

Francisco Pereira Serrão, presidente da Associação do Produtor Rural daquela localidade, é um incansável trabalhador da terra, que confia na elevação do faturamento a partir da diminuição das perdas dos produtos. “Eu colhi 30 mil abacaxis, mas perdi a metade porque não tinha onde estocar a polpa. Parei de plantar. Agora, devo retomar a produção. Com a energia boa, de qualidade, me animei a comprar um congelador. Vou ter onde guardar as polpas de frutas, como abacaxi, açaí, tucumã e doce de banana”, falou.

Segundo Francisco Serrão, o faturamento dos produtores rurais daquela localidade varia de R$ 20 mil a R$ 40 mil ao ano. Com a energia, poderão estocar os produtos e ampliar a rede de clientes, passando a vender os produtos a outras comunidades e, futuramente, até se tornarem fornecedores do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

O programa Mais Luiz para a Amazônia deve beneficiar, ao todo, 7.258 famílias no estado. Atualmente, a Amazonas Energia instala os kits nos municípios de Tapauá, Lábrea, Pauini e, em agosto, Boca do Acre. Também irá atender Atalaia do Norte, Anori e Nhamundá.

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